No último dia 25 de maio, ocorreu mais uma edição do Sábado Resistente de 2025, com o tema “Mulheres na Luta por Memória e Justiça”, no auditório do Memorial da Resistência. A atividade integrou a programação anual que tem como eixo o tema “Brasil que Resiste: Lugares de Memória e Lutas por Justiça”, e destacou o protagonismo feminino nas lutas contra a ditadura civil-militar e por justiça no presente.
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A primeira exposição foi da pesquisadora Maria Claudia Bardan Ribeiro, que abordou o papel das mulheres, especialmente das mães, na resistência à ditadura. Mulheres que acolheram militantes perseguidos, procuraram seus filhos desaparecidos em cemitérios, enviaram cartas às autoridades — mas também se revoltaram contra a carestia e o aumento dos preços. Lutas do período da ditadura, mas também do presente, por direitos e dignidade.
Na sequência, Gabrielle Abreu, gerente de memória do Instituto Marielle Franco, apresentou a trajetória da instituição e suas ações voltadas à preservação da memória de Marielle. Destacou iniciativas de enfrentamento às fake news, à tentativa de distorção de sua história e o compromisso em manter vivo seu legado na luta pelos direitos humanos.
A deputada federal Sâmia Bomfim refletiu sobre os desafios da luta contra o golpismo no presente. Destacou a existência, no Congresso Nacional, de setores que exaltam torturadores e protegem aliados envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Para Sâmia, essas permanências revelam os limites de uma redemocratização inacabada.
A mediação foi realizada pela advogada e ex-presa política Rita Sipahí, que, ao longo do debate, também trouxe contribuições a partir de sua experiência na luta pela anistia e no trabalho da Comissão de Anistia. Seu depoimento ofereceu uma importante perspectiva sobre os desafios institucionais de enfrentamento às violências do passado.
Um ponto de destaque da atividade foi a participação do público, que contou com ex-presas políticas e familiares de pessoas perseguidas pela ditadura, como Lígia Cardieri e Zilda Almeida Junqueira. Seus relatos revelaram a força da resistência, as dificuldades do período e a solidariedade estabelecida para enfrentar as violências do regime.
O próximo Sábado Resistente, com o tema “Racismo Estrutural e Memória: da Escravidão às Violações Atuais”, será realizado no dia 14 de junho, às 14h, no auditório do Memorial da Resistência.