No último dia 9 de abril, o Núcleo Memória recebeu os integrantes da
Asociación de Abogadas y Abogados, Jueces y Fiscales de Derechos Humanos de América Latina y el Caribe (AJUFIDH) para uma visita às dependências do ex-DOI-CODI-SP, centro de repressão, torturas e assassinatos durante a ditadura civil-militar, situado na Rua Tutoia, 921, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo.
Após uma explanação inicial conduzida pelo historiador e pesquisador Cesar Novelli, a respeito das atividades do Núcleo Memória na missão de resgate da memória política e de suas ações educativo-culturais neste espaço e em outros da cidade, o ex-preso político e diretor da entidade, Maurice Politi, contextualizou o período e descreveu o modo de atuação das forças repressivas naquele local.
Houve então um intercâmbio de experiências entre os participantes do fórum e a equipe do Núcleo Memória a respeito das práticas repressivas nos diversos países representados durante seus regimes autoritários, o que propiciou um debate muito enriquecedor. Entre os presentes, deu seu testemunho a ex-presa política chilena Haydée Oberreuter, que, presa aos 21 anos, relatou haver sido torturada em Santiago por agentes brasileiros.
A ajufidh é uma associação plural, composta por dezenas de juristas latino-americanos e caribenhos que atuam, desde 2023, na promoção de direitos humanos e na observação crítica de violações na região, a fim de adotar providências junto ao sistema jurídico interno de cada país e junto ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos.
A cada semestre, a ajufidh realiza seu fórum em algum dos países de origem de seus associados e, pela primeira vez, o evento foi sediado no Brasil, na cidade de São Paulo, entre os dias 7 e 10 de abril de 2025, no Auditório da Escola Superior de Advocacia (ESA) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de São Paulo.