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NÚCLEO MEMÓRIA

Atividades núcleo memória |   Sábado Resistente debate direitos humanos e o discurso de ódio

Foto: André Santa Rosa/Divulgação

No contexto do tema gerador Totalitarismo e Resistências, foi realizado no dia 17/06 o Sábado Resistente intitulado Extremismos na Contemporaneidade: cultura de ódio e intolerância, às 14h, no Memorial da Resistência. A atividade foi uma continuação da inauguração da obra audiovisual da artista e professora Giselle Beiguelman, denominada Odiolândia (2017), que faz parte do projeto Ocupações Memorial. Além da própria artista e professora Giselle Beiguelman, o debate contou com o psicanalista Christian Dunker e a jornalista Natália Viana, diretora executiva da agência Pública de jornalismo investigativo.

Você pode conferir o debate completo aqui.

Em Odiolândia, Giselle resgata os comentários nas redes e os áudios das ações policiais na região pejorativamente conhecida como Cracolândia, na vizinhança do Memorial da Resistência. Tristemente atual, a obra evidencia como a opinião pública ecoa e reitera violências cometidas pelo Estado sobre as populações vulnerabilizadas do bairro da Luz.

Partindo da obra para debater como e quando o discurso extremista se constrói no Brasil, Ana Pato, coordenadora do Memorial da Resistência, introduziu os convidados e as questões a serem abordadas, e passou a palavra para a primeira convidada. Em sua fala, Giselle Beiguelman falou do processo de criação e elaboração do projeto antes do seu lançamento, em 2017.

Sempre para uma artista ter sua obra representada é uma felicidade. Mas abrimos mão de fazer uma abertura, em respeito ao contexto urbano em que estamos. Estamos diante de um problema de saúde pública que se tornou um dos maiores enclaves. Mas ele não é tratado como problema de saúde, e sim de segurança. Em 2017, eu não estava em São Paulo e preparava outra exposição. Fui bombardeada pelas falas que vi sobre a operação, relembra a artista.

Em seguida, foi a vez da fala da jornalista Natália Viana, que abordou a questão do ponto de vista midiático e político, pensando o contexto em que a obra foi criada. O fato de você ter localizado esses comentários em redes sociais de policiais militares. Olhar para isso em 2017 revela algo muito importante: o fato de que as forças militares e policiais do nosso país se tornaram influenciadores nas redes sociais e constroem seu público a partir de suas versões da realidade, comenta.

A terceira fala, do psicanalista Christian Dunker, falou sobre a ideia da eliminação do objeto intrusivo e da alteridade do outro no discurso de ódio. Para o psicanalista, essa mesma ideia que baseia o totalitarismo dos anos 1930 está intrinsecamente ligada à história da loucura na humanidade. A partir de Michel Foucault, Dunker construiu um perfil social e psicológico da loucura relacionada ao tratamento dado aos dependentes químicos.

Por fim, foi realizada uma rodada de perguntas e respostas bastante rica, que contou com a participação do público tanto presencial quanto online.

O Sábado Resistente é uma das atividades culturais mais longevas da cidade de São Paulo, sendo realizada desde 2008. O próximo será realizado no dia 19/08, às 14h.

 


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