Foto: Smetal
O Núcleo Memória parabeniza Paulo Vannuchi, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos e ex-conselheiro do Núcleo de Preservação da Memória Política, por sua nomeação para integrar o Comitê sobre Desaparecimentos Forçados da Organização das Nações Unidas (ONU). A eleição representa um passo importante para o Brasil e reforça o compromisso do país com a promoção e a defesa dos direitos humanos.
Vannuchi cumprirá mandato até 2029 e afirmou, em entrevistas, que sua nomeação representa “uma vitória da diplomacia brasileira”. O novo integrante do Comitê também destacou a expectativa de que, em 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) avance na jurisprudência sobre a impunidade dos torturadores, ao reconhecer que o desaparecimento forçado constitui um crime continuado — mudança fundamental na luta contra a impunidade.
Composto por dez membros, o Comitê tem a função de receber denúncias e investigar casos de desaparecimentos forçados, tanto relacionados a regimes autoritários do passado quanto a violações que ainda ocorrem na atualidade.
Paulo Vannuchi foi ministro de Direitos Humanos nos primeiros governos de Luiz Inácio Lula da Silva e é, atualmente, conselheiro do Instituto Vladimir Herzog. Atuou como membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (2014–2017), é um dos fundadores da Comissão Arns de Direitos Humanos e responsável pelo Mecanismo Permanente de Combate à Tortura no Brasil.
Vannuchi fez parte da elaboração do texto final do livro-reportagem Brasil: Nunca Mais, a primeira pesquisa clandestina sobre vítimas de tortura, identificação de torturadores, assassinatos e desaparecimentos forçados de opositores políticos no Brasil durante a ditadura militar.
Como ministro, foi o responsável pela elaboração do decreto presidencial que instituiu, em 21 de dezembro de 2009, o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3, que incluiu, entre suas diretrizes, a criação da Comissão Nacional da Verdade.