No dia 25 de julho, o Núcleo Memória participou do Ato em Defesa da Soberania Nacional, convocado pela Faculdade de Direito da USP e por mais de 100 organizações da sociedade civil.
O evento teve como objetivo posicionar-se ativamente em repúdio às ameaças à soberania nacional, desencadeadas a partir dos pronunciamentos do presidente americano Donald Trump, quando do anúncio da sobretaxação de produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. Trump condicionou a possível reversão da medida a uma interferência do Executivo brasileiro nas recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), relacionadas aos processos contra os envolvidos na tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2022.
O encontro, que lotou o Salão Nobre da Faculdade, contou com a presença de mais de 800 pessoas, incluindo autoridades, juízes, promotores, advogados, defensores dos direitos humanos, representantes da sociedade civil, de partidos políticos, centrais sindicais, da UNE e de movimentos sociais.
Na ocasião, após valorosos pronunciamentos do diretor da Faculdade, Dr. Celso Campilongo, e do ex-ministro da Justiça, Dr. José Carlos Dias, foi lida, pela vice-diretora da instituição, Dra. Ana Elisa Bechara, e pela psicóloga social, escritora e ativista Cida Bento, a Carta em Defesa da Soberania Nacional.
A carta repudia qualquer forma de intervenção, intimidação ou admoestação com o objetivo de ameaçar ou coagir o país, destacando a mobilização necessária para combater as intromissões estranhas à ordem jurídica nacional. O documento afirma ainda:
“Intromissões estranhas à ordem jurídica nacional são inadmissíveis. Neste grave momento, em que a soberania nacional é atacada de maneira vil e indecorosa, a sociedade civil se mobiliza, mais uma vez, em defesa da cidadania, da integridade das instituições e dos interesses sociais e econômicos de todos os brasileiros.”
Ao final do ato, haviam sido coletadas mais de 8.165 assinaturas, entre elas as de mais de 200 entidades representativas da sociedade civil, incluindo a do Núcleo Memória.