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NÚCLEO MEMÓRIA

Atividades núcleo memória |   Sábado Resistente - O movimento das Diretas Já e os debates da Assembleia Constituinte

 

Como habitualmente ocorre, a abertura da atividade às 14h15 foi realizada por Ana Pato, coordenadora do Memorial da Resistência, e Maurice Politi, diretor administrativo do Núcleo Memória. A mediação foi da Profa. Silvia Barbara - Diretora do Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro/SP) e responsável pela Comunicação da Casa de Cultura (Sinpro Cultura).

Dentro do tema central escolhido para o ano  - A Construção da Cidadania no Brasil -, que tem como objetivo principal refletir sobre a historicidade do processo de construção da cidadania do povo brasileiro, o assunto debatido nesta tarde foi a organização da sociedade civil logo após o término da ditadura. Desta maneira, foram abordados com detalhes a organização do Movimento das Diretas Já e os debates que orientaram a Assembleia Constituinte.

Para falar sobre a organização das “Diretas Já” foi convidado Belisario dos Santos Jr., advogado, ex-secretário de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania e integrante da Comissão Arns. Belisário lembrou com emoção os desafios que tiveram que ser superados para as primeiras manifestações massivas logo após a ditadura: a primeira, em que participaram apenas 5.000 pessoas, e a última, no Vale do Anhangabaú em São Paulo, que contou com 1,5 milhão de pessoas. Lembrou que a emenda Dante Oliveira, levada a plenário da Camara em 1983, foi derrotada porque não conseguiu atingir o número de votos favoráveis (faltaram somente 22 votos!). Votaram a favor 298 deputados e apenas 65 votos contra, mas com uma ausência de 113 deputados que fizeram com que a emenda não obtivesse o quórum regulamentar para sua aprovação. Belisário recordou, entretanto, que a emoção foi tão grande que até o Presidente do Senado, quando anunciou que a emenda não viria ao Senado por não ter passado na Câmara, terminou seu discurso com o refrão que havia tomado conta do país: “1,2,3,4,5, mil – Queremos eleger o Presidente do Brasil”.

Para falar sobre os debates que orientaram os trabalhos da Assembleia Constituinte foi convidado Aldo Arantes, advogado, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes nos anos de 1961 e 1962 e coordenador da Ação Popular até ser preso pelo regime militar. Aldo, eleito quatro vezes deputado federal, foi constituinte em 1988 e, por isso, pode trazer à mesa os principais temas e disputas políticas que rechearam os debates para aprovação de uma Constituição que foi acertadamente apelidada de “Constituição Cidadã”. Segundo Aldo, o professor Dalmo Dallari (falecido recentemente) a qualificou como “uma das melhores constituições do mundo”. Fazendo um paralelo com os debates que ocorrem hoje na Câmara, às vésperas de uma nova eleição presidencial, Aldo também se referiu à “guerra cultural”, que se tornou o principal obstáculo às discussões que devem imperar na sociedade para uma retomada da Democracia.

Finalmente, para traçar um paralelo entre as discussões naquele período histórico com a necessidade de valorizar hoje o ambiente democrático nas escolas de nível médio, foi convidado o professor Thiago Braz, bacharel e licenciado em Filosofia e professor na disciplina Projeto de Vida do Colégio Pentágono, para que expusesse o seu trabalho de formação socioemocional com alunos para que estes considerem a educação não somente como um direito. mas também como um dever, inserindo-os de forma adequada para que possam entender e se posicionar nas disputas das narrativas históricas que ocorrem diariamente.

A integra do debate pode ser visualizada através do link https://www.youtube.com/watch?v=yTDw5zyLueA

O próximo Sábado Resistente será no dia 25 de Junho, às 14h, com o debate “Os jovens resistem - Caras pintadas, Movimento Passe Livre e Movimento de Ocupação nas Escolas”. 


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