O Núcleo de Preservação da Memória Política realizou no mês de maio, três atividades no complexo da 36ª Delegacia de Polícia, localizada no bairro da Vila Mariana, dentro do Programa de Visitas Mediadas ao antigo Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).

As visitas ocorreram nos dias 14, 17 e 27, levando um público total de 130 pessoas. A equipe educativa do Núcleo Memória que coordena essa atividade é composta pelo diretor executivo e ex-preso político, Maurice Politi, o educador e historiador, César Novelli Rodrigues, a assistente administrativa Viviane Candido e o assessor de comunicação, Othon Barros.

A primeira visita ocorreu no dia 14 e teve a participação de 26 pessoas, entre elas, alguns estudantes do Colégio Campos Salles, que foram motivados a participar da atividade por sua professora de história. Também estiveram presentes alunos da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), que estão realizando um documentário sobre o antigo DOI-Codi. Também estiveram presentes dois jornalistas do jornal Folha de São Paulo, que estão produzindo uma matéria sobre o centro de repressão e tortura. O restante do grupo era formado por pessoas que se inscreveram para a visita.

Já no dia 17 de maio, aconteceu o segundo encontro do mês. Neste dia, contamos com a presença de 36 pessoas, entre elas, um grupo de professores do Sindicato dos Professores de São Paulo (SINPRO-SP), dentro de uma parceria estabelecida com o Núcleo Memória. O público foi brindado com a presença especial da ex-presa política, atriz e dramaturga, Dulce Muniz, que compartilhou algumas de suas memórias e análises do período.

A terceira e última visita do mês de maio ocorreu no dia 27 e contou com a participação de 68 pessoas, em sua maioria composta por alunos do ensino médio da ETEC Jornalista Roberto Marinho. A turma do curso de Marketing da escola realizou, durante a semana Paulo Freire, uma sala temática sobre a ditadura, em que foram apresentadas pesquisas elaboradas pelos próprios estudantes sobre o contexto histórico do período, análises de publicações pró e contrárias ao regime, além de pesquisarem o próprio DOI-Codi de São Paulo.

Como os alunos também realizaram uma reflexão sobre o papel da memória sobre a ditadura militar, o educador do Núcleo Memória, César Novelli, falou da necessidade de se conhecer e avaliar o papel de pessoas que apoiaram o regime e que hoje dão nome a ruas e instituições, como é o caso do jornalista Roberto Marinho que dá nome a ETEC. Além de apoiar o golpe civil militar de 1964, as organizações Globo tiveram um crescimento exponencial durante os anos da ditadura por causa do seu alinhamento com os militares.

Em junho, as visitas ocorrerão nos dias 07 e 25, e para participar desta atividade gratuita basta se inscrever no formulário que é disponibilizado em nossas redes sociais - https://www.instagram.com/nucleomemoria/.

O Programa de Visitas Mediadas ao antigo DOI-Codi existe desde 2017 e já levou mais de 5 mil pessoas a conhecerem uma parte do que foi o maior centro de repressão, tortura e morte da ditadura militar brasileira.