O debate , de alto nível e com importantes reflexões compartilhadas com o público presente , contou com a participação da Dra. Eugenia Gonzaga , procuradora federal da Republica e ex presidente da Comissão dos mortos e desaparecidos políticos ,o Prof. Flavio Leão Bastos Pereira , doutor em política econômica e autor do livro “Genocídio Indígena no Brasil”, Dimitri Salles, advogado e atual presidente do CONDEPE, Stephanie Morin, mestre em Direito pela New York Univeristy School of Law e atual gerente de pesquisas e dados do Instituto Sou da Paz e Prof. Weber Lopes Goes , historiador e mestre em Ciências Sociais pela UNESP e membro do Projeto meninos e meninas de rua.
Cada um dos debatedores abordou um tema de sua especialidade e foram evidenciados a situação no país no tocante aos temas:
- A vala de Perus e trabalho realizado para a identificação de mortos e desaparecidos políticos durante a ditadura civil-militar, com ênfase no potencial perigo de retrocesso nesta política, mantida a muito custo nos últimos anos, com a colaboração da Unifesp/Prefeitura de SP e instancias federais.
- A política de Segurança Pública com revelação dos interessantes dados das pesquisas realizadas pelo Instituto Sou da Paz quanto à tendência atual de valorizar o uso de armamento e evidenciando as inverdades que se espalham pregando que o maior uso de armamento diminuiria a violência no país
- A negação de uma política de demarcação de terras indígenas que vem se acentuando desde janeiro 2019 contrariando algumas das resoluções havidas para a sociedade indígena mesmo com resultados parciais e limitadas . Foi destacado a atual ênfase dada ao “desenvolvimentismo” e “integração” das inúmeras tribos existente no país como um sinal de perigo para sobrevivência das mesmas . O caráter de genocídio tanto físico como econômico foi discutido e destacado.
- O caráter dos retrocessos sentidos na área das relações étnico-raciais e o racismo como forma e perfil de um relacionamento social , inter-classes, cujas origens remontam ao próprio descobrimento do Brasil
- A questão da falsamente chamada “ideologia do gênero” como um dos eixos de ataque ao conceito de respeito pela diversidade sexual na sociedade brasileira. Foi enfatizado o caráter de retrocesso civilizatório que tem esta nova discussão de apologia aos dois gêneros definidos somente e o apelo a orientações messiânicas para o controle da educação, cultura e Direitos Humanos.
O debate que começou às 14:30 se encerrou por volta das 18 horas foi tido por todos os participantes como de muito interesse para a discussão da realidade atual de nosso país
Maurice Politi