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EDITORIAL |
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A análise dos fatos mais relevantes do mês de maio não poderia deixar de começar sem lembrar a importante visita de Estado que fez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inicialmente a Moscou, para a comemoração do 80º aniversário da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, e em seguida à China, onde se assinaram 20 acordos bilaterais e 17 documentos de cooperação com o presidente chinês, Xi Jinping, visando fortalecer as relações Brasil-China nas próximas décadas. Estas duas visitas marcaram a presença ativa do nosso país na defesa do multilateralismo e na crítica ao extremismo que, conduzido pelo presidente norte-americano, continua a perturbar e estarrecer a opinião pública mundial. Outra nota de destaque que abalou o continente foi o falecimento do ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica, no dia 13, aos 89 anos, em decorrência de um câncer. Preso político durante a ditadura por 14 anos, Pepe Mujica lutou pela volta da democracia no Uruguai e foi presidente de seu país entre os anos de 2010 e 2015. Rapidamente converteu-se num dos mais influentes nomes da esquerda latino-americana das últimas décadas. No STF, este mês, iniciaram-se as oitivas das testemunhas de defesa apontadas pelos réus que foram indiciados no processo relacionado à tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2022. Depoimentos vários de militares, como o do ex-comandante da FAB, Carlos Baptista Júnior, aprofundaram o problema jurídico em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro, já que confirmou diversas reuniões no Planalto em que foi discutido um potencial golpe. Baptista Júnior afirmou que Bolsonaro participou de reuniões, após a eleição de 2022, onde um potencial golpe foi discutido para impedir a posse do presidente eleito Lula. Também foram confirmadas conversas sobre a possível prisão de Alexandre de Moraes e o apoio que teria garantido ao ex-presidente o comandante da Marinha da época, Almir Garnier. E, por falar em STF, não poderíamos deixar de mencionar a pressão americana para a adoção de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, sob a alegação de que ele estaria cerceando liberdades individuais, pressão esta capitaneada nos Estados Unidos pelo filho de Jair Bolsonaro, Flávio. Teremos que ver que ações concretas se tomarão e como o Brasil reagirá, se isso vier a acontecer. No campo econômico, algumas boas notícias foram também conhecidas durante o mês. A primeira, a queda na prévia da inflação para 0,36%, apesar dos aumentos nas contas de luz e nos medicamentos — lembrando que a do mês de abril foi de 0,49%. A segunda, o crescimento do PIB no primeiro trimestre do ano, comparado com o último trimestre de 2024, alcançando 1,4%, porcentagem superior a todos os prognósticos. Outro dado econômico de destaque foi o anúncio, pelo IBGE, da taxa de desemprego, que foi de 6,6% no trimestre encerrado em abril, patamar que é o mais baixo da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) para o período finalizado em abril. Na área de defesa do meio ambiente, foram divulgados novos dados do MapBiomas no último dia 15. De acordo com esses dados, o desmatamento em todos os biomas brasileiros caiu pela primeira vez no ano passado, 32,4%. A Amazônia também registrou um declínio acentuado, com o desmatamento caindo quase 70% em relação ao pico de 2022. Embora a queda seja um sinal de esperança, os especialistas alertam que a pressão do agronegócio continua alta, especialmente em áreas ricas em biodiversidade. E não podíamos finalizar este editorial sem se referir justamente à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que foi alvo de ataques machistas e de teor misógino no dia 27, quando, em sessão na Comissão de Infraestrutura do Senado. As ofensas dirigidas a ela, marcadas pelo mais abjeto racismo, machismo e gestos explícitos de misoginia, foram essencialmente proferidas pelos parlamentares Plínio Valério (PSDB-AM), Omar Aziz (PSD-AM) e pelo presidente da comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO). Notas de repúdio e de solidariedade à ministra foram gerais em vários setores do governo e nas entidades da sociedade civil que, como o Núcleo Memória, lutam pela defesa dos direitos humanos, contra o racismo estrutural existente e pelo fim da violência e intolerância. Desejamos a tod@s noss@s apoiadores e amig@s uma boa leitura deste boletim que relata, em síntese, as nossas principais atividades do mês de maio. Boa leitura! |
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ATIVIDADES EDUCATIVAS-CULTURAIS | ||||
Núcleo Memória promove diálogo com estudantes norte-americanos no Memorial da Resistência |
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No dia 9 de maio, o diretor do Núcleo Memória, Maurice Politi, conduziu uma roda de conversa em inglês no Memorial da Resistência para 25 estudantes norte-americanos da PUC-SP. O encontro abordou a história do golpe no Brasil, a militância política de Politi e sua prisão, fortalecendo o compromisso dos jovens com a defesa da democracia. Leia mais... |
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Núcleo Memória acompanha delegação internacional | ||||
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Entre 12 e 14 de maio, o Núcleo Memória participou da missão de especialistas internacionais sobre impunidade na Irlanda do Norte, que divulgaram o relatório “Bitter Legacy”. A delegação, composta por membros do Comitê para Administração da Justiça da Irlanda do Norte e do CELS da Argentina, realizou encontros na PUC-SP, no Tribunal Regional Federal e no Memorial da Resistência, além de visita ao antigo DOI-Codi em São Paulo. Leia mais... |
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Núcleo Memória realiza roteiro de visita pelo Bixiga em parceria com Museando | ||||
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O Núcleo Memória e o coletivo Museando Clio realizaram um roteiro pelo Bixiga, destacando espaços de resistência durante a ditadura. A atividade abordou memórias de trabalhadores, movimentos negros, culturais e LGBTQIA+ perseguidos no período. Leia mais... |
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Abertura da exposição Ausências Brasil no CEU Rosa da China | ||||
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O Núcleo Memória abriu a exposição “Ausências Brasil”, do fotógrafo Gustavo Germano, na Biblioteca do CEU Rosa da China, na zona leste de São Paulo. A atividade contou com exibição de filme, roda de conversa e visitas mediadas. Leia mais... |
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Núcleo Memória participa de evento na Universidade Federal Fluminense | ||||
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O Núcleo Memória participou do seminário “Ditadura, Resistência e Lugares de Memória no Brasil”, promovido pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), em Niterói (RJ). A entidade apresentou experiências do Memorial da Luta pela Justiça e das visitas mediadas ao antigo DOI-Codi/SP, junto a outros espaços de memória do país. Leia mais... |
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Visitas mediadas ao antigo DOI-Codi: maio de 2025 | ||||
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No mês de maio, o Núcleo Memória promoveu três visitas mediadas ao antigo DOI-Codi, na Vila Mariana, reunindo 130 pessoas, entre estudantes, professores, jornalistas e ex-presos políticos. As atividades incluíram depoimentos, reflexões sobre o papel da mídia durante a ditadura e pesquisas dos alunos sobre o período. Leia mais... |
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Sábado Resistente emociona público com relatos da resistência feminina à ditadura militar | ||||
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No dia 25 de maio, o Sábado Resistente no Memorial da Resistência abordou o protagonismo feminino na resistência à ditadura e a luta por justiça. Pesquisadoras, ativistas e ex-presas políticas compartilharam experiências, destacando também a memória de Marielle Franco e os desafios contemporâneos relacionados às ameaças à democracia. Leia mais... |
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PRÓXIMAS ATIVIDADES | ||||
Programa de Visita Mediada ao antigo DOI-Codi/SP Sábado Resistente Acompanhe o Núcleo nas redes socais!
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