Maio/2022

 

EDITORIAL

A apenas 5 meses das eleições presidenciais, destacaram-se este mês, além das definições finais a respeito da escolha dos candidatos para disputar as próximas eleições, os atentados violentos aos Direitos Humanos que vimos ocorrer no país, principalmente na última semana de maio.

A ocorrência de mais uma chacina no Rio de Janeiro, a segunda operação policial carioca mais letal da história da cidade com mais de 23 pessoas mortas (sendo 13 sem nenhum antecedente policial) ocorrida na comunidade de Vila Cruzeiro mostrou, mais uma vez, o impacto que reverbera uma política de segurança que institui de forma constante uma pena de morte para os moradores de periferias, pobres e negros em geral, mesmo quando esta não figura nos nossos tratados legais.

Se isso não fosse o bastante, as imagens vistas do assassinato por asfixia do jovem de 38 anos Genivaldo de Jesus Santos em uma operação conduzida pela Polícia Rodoviária Federal na cidade de Umbaúba (SE) chocaram o país e levaram ao mais alto paroxismo o desprezo pela vida humana, constante no trato das questões sociais nestes anos de desgoverno. 

Em relação aos candidatos que terão a árdua tarefa de desmontar os 4 anos de retrocessos sociais que o país enfrenta desde 2018, as pesquisas, a essa altura, já apontam para uma disputa renhida entre os dois candidatos que se vislumbram como os merecedores da maioria dos votos da população. Mas, o que certamente preocupa a todos, são as constantes menções do Presidente à possibilidade da não aceitação do resultado das urnas.

Com ameaças, veladas e/ou abertas, o atual desgoverno acena diariamente com a possibilidade de um Golpe, para que ele se mantenha no poder e se consolide a tragédia de continuarmos a ter o fortalecimento de uma sociedade profundamente desigual, com uma inflação que já passou dos 12% anuais e com grande contingente de desempregados e pessoas vivendo em situação de insegurança alimentar, sem direito à terra e à moradia digna. Contra essa ameaça, urge a consolidação de uma frente de orientação democrática que possa refletir e trazer soluções para as necessidades mais urgentes da população no campo da educação, do trabalho, saúde e bem-estar social.

Nesta caminhada para outro Brasil todos devemos nos empenhar.

Com a segurança de que este será o único caminho viável e possível, nós do Núcleo Memória, em conjunto com nossos/as parceiros/as e amigos/as, seguimos com nossas atividades culturais e educativas com o tema geral escolhido para o ano, que é justamente o de reforçar e consolidar a Cidadania. Neste Boletim, vocês terão a oportunidade de ver algumas dessas ações realizadas neste mês de maio.

Ao lado dessas atividades, é com alegria que registramos neste mês o avanço do trabalho realizado por nossa equipe de pesquisadores na Coleta de Testemunhos e o prosseguimento dos estudos para a consolidação da expografia do Memorial da Luta pela Justiça. Com o apoio integral do novo Comitê Gestor deste Memorial, retomaremos os trabalhos de captação de recursos, assim como voltaremos a convidar grupos da sociedade civil a visitarem o local antes do início das obras no prédio.
Também dentro da ótica de resgatar a história passada para podermos entender a situação presente do país e os perigos de um novo regime autoritário, a equipe retomará as visitas mensais ao prédio do ex-DOI-Codi a partir do mês de junho, de forma mensal.

Convidamos os/as leitores/leitoras deste Boletim a nos acompanhar nestas novas inciativas.

Boa Leitura!

 

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ATIVIDADES CULTURAIS
 
SÁBADOS RESISTENTES | O movimento das Diretas Já e os debates da Assembleia Constituinte
 

Neste terceiro Sábado Resistente de 2022, que ocorreu no dia 21 de maio, no Auditório Vitae (5º andar do Memorial da Resistência), foram abordados com detalhes a organização do Movimento das Diretas Já e os debates que orientaram a Assembleia Constituinte. Participaram Belisário dos Santos Junior, Aldo Arantes e Thiago Braz, com a mediação de Silvia Barbara, do Sinpro/SP e Sinpro/Cultura.

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MEMORIAL DA LUTA PELA JUSTIÇA
 

Visita da diretoria da OAB-SP ao Memorial da Luta pela Justiça

 

No dia 10 de Maio, os diretores da OAB-Seccional São Paulo (OAB SP) e demais convidados visitaram o prédio do Memorial da Luta pela Justiça (MLPJ) – antiga sede das Auditorias Militares, na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio 1249.

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Nova Composição do Comitê Gestor do MLPJ realiza primeira reunião

 

No dia 20 de maio, foi realizada a primeira reunião com a nova composição do Comitê Gestor responsável pela condução do projeto do Memorial da Luta Pela Justiça – MLPJ. O Comitê foi designado pela atual diretoria da OAB/SP e fazem parte, pelo Núcleo Memória, os diretores Maurice Politi, Katia Felipini Neves e Oswaldo Oliveira Santos Jr., e pela OAB/SP, os advogados Flavio de Leão Bastos Pereira, Maria Teresa Marsicano Rodrigues e Luís Francisco Carvalho Filho, tendo como membro consultor o advogado e ex-Secretário de Justiça do Estado de São Paulo Belisário dos Santos Jr.

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Retomada do Projeto de História Oral do MLPJ

 

No dia 26 de maio, foram retomadas as entrevistas para o Projeto de História Oral do Memorial da Luta pela Justiça (MLPJ) realizada na Universidade Metodista em São Bernardo do Campo, parceira do projeto. O 41º entrevistado foi o sr. Tarcísio Tadeu Garcia Pereira, ex trabalhador da Volkswagen do Brasil e atual presidente da Associação Heinrich Plagge, formada por trabalhadores vitimados por perseguições políticas e ideológicas no período da ditadura civil-militar.
O Projeto de História Oral é desenvolvido pelo Núcleo Memória desde 2016.

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Encontros com Assessores no Mês de Maio

 

Encontro com o Prof. Dr. João Roberto Martins Filho │ Reflexões sobre a Ditadura Militar de 1964 no Brasil
Iniciamos o mês de maio com as reuniões de assessoria para a pesquisa do Memorial da Luta Pela Justiça com a presença do Prof. Dr. João Martins Filho, no dia 09 de maio.
O Prof. João trouxe uma reflexão sobre os aspectos históricos que levaram ao Golpe Civil-Militar de 1964 e refletiu a respeito dos movimentos políticos naquele cenário. A sua exposição evidenciou aspectos trabalhados pela equipe de pesquisadores e pesquisadoras e permitiu esclarecer diversas questões.

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NÚCLEO MEMÓRIA PARTICIPA
 

Maurice Politi conversa com alunos da Penn State University no Memorial da Resistência

 

No dia 2 de maio, o diretor do Núcleo Memória Maurice Politi, a convite do Programa de Ação Educativa, conversou com um grupo de 6 estudantes norte-americanos que, em visita a São Paulo, fez questão de conhecer o antigo espaço carcerário do ex-DEOPS/SP, sede do Memorial da Resistência.

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Diretora do Núcleo Memória participa de visita ao ex-DOI-Codi

 

No dia 18 de maio, Katia Felipini, diretora de Ações Museológicas do Núcleo Memória, membro do GT Doi-Codi, participou de uma visita ao conjunto de prédios do ex-DOI-Codi organizada pela coordenadora do GT Doi-Codi Deborah Neves. A atividade tinha como objetivo vistoriar os edifícios para o início das pesquisas do "Projeto Arqueologias do DOI-Codi do II Exército (São Paulo): leituras plurais da repressão e da resistência", com financiamento do CNPq e elaborado no âmbito do GT Doi-Codi.

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NOTÍCIAS DA RESLAC - REDE LATINO AMERICANA E CARIBENHA DE LUGARES DE MEMÓRIA
 

Memorias Invisibilizadas no México

A invisibilidade de determinados segmentos das populações em nosso continente é tão histórica quanto atual. E foi a partir desta constatação social que a RESLAC (Rede Latino-Americana e Caribenha de Lugares de Memória) criou a campanha Memórias Invisibilizadas.
Durante o ano passado (2021), os 12 membros da RESLAC, representando lugares de memória em seus países, desenvolveram pequenos vídeos com reflexões sobre os três grupos mais invisibilizados na América Latina: os povos originários, os afrodescendentes e os imigrantes, evidenciando suas histórias de luta no passado e relatos da violência no presente.
Assista aqui a série completa "Memórias Invisibilizadas": https://youtube.com/playlist?list=PLzQwpBwa0vdHCHB0J8bj6IEX0s6GZs0-z

A partir da Sociedade Civil de Las Abejas, Mariano Pérez Cura e Agustín Gómez Pérez (Abejas de Acteal) refletem sobre o Massacre de Acteal, sofrido pela comunidade originária em 1997.
O massacre ocorreu no marco da guerra do Estado mexicano contra o Exército Zapatista de Libertação Nacional, guerra na qual essa comunidade não teve nenhum papel por ser pacifista.
No entanto, em dezembro de 1997, o estado nacional e os estados municipais trabalharam juntos em ações violentas contra essa comunidade. Em 22 de dezembro, um grupo paramilitar atacou a comunidade indefesa causando 45 mortes, incluindo 4 mulheres grávidas. Esses paramilitares agiram em cumplicidade com as forças de segurança que sabiam de seus planos e até forneceram munição nos dias anteriores.
Quase 25 anos depois, a comunidade continua buscando justiça para os responsáveis ​​e lutando pela memória do massacre. O caso ficou impune em nível nacional, mas foi apresentado à CIDH. O Estado tenta desgastar a luta da comunidade, dividindo-a e lutando pela impunidade.

 

 

SÁBADOS RESISTENTES | Próximo Sábado Resistente debaterá sobre os “caras-pintadas”, movimento “Passe Livre” e ocupação das escolas

No próximo Sábado Resistente (dia 25 de junho), dentro do temário geral do ano – “A Construção da Cidadania no Brasil"–, teremos a oportunidade de seguirmos a linha dos principais acontecimentos que marcaram a movimentação da sociedade civil no país. Na ocasião, o debate será a respeito da mobilização da juventude em três momentos críticos para a consciência cidadã nos anos recentes, a saber:  Os "caras-pintadas", em 1992; o movimento "Passe Livre", que agitou o país em 2013; e a mobilização estudantil, em 2016, com a ocupação de mais de 1000 escolas no país.
Estes três acontecimentos marcaram, sem nenhuma sombra de dúvida, a marcha dos acontecimentos políticos no país e nos servem hoje para refletirmos sobre seus métodos, eficácia e resultados.

 

 
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