maio/2021

 

EDITORIAL

Tendo ultrapassado a quantidade de 460.000 mortes ao fim deste mês, e na perspectiva de uma “terceira onda” do COVID-19 que possivelmente duplicaria este número de óbitos até o fim do ano, vemos as autoridades do país continuarem com visões negacionistas e anticientíficas.

Inicialmente, vimos com esperança a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado na expectativa que dela se atribuíssem as responsabilidades de cada um daqueles que tiveram um papel relevante para o desenvolvimento trágico que teve - e ainda tem - esta pandemia no Brasil.  No entanto, o país passou a assistir a um “show televisivo”, quase que diário, num tipo de BBB político, e a esperança se converteu em indignação. Indignação ao escutar tantos absurdos e mentiras, e testemunhar a ignorância daqueles que deveriam constituir a nata de nossa política representativa.

Tendo vacinado com as duas doses menos de 11% da população, também tomamos conhecimento de que, se houvesse prevalecido o bom senso e a urgência necessária, poderíamos ter sido um dos primeiros países a ter vacina e aplicado as doses em aproximadamente 5 milhões de pessoas ainda em 2020. Ansioso, o país espera que a CPI, pelo menos, revele os responsáveis por essa omissão que teria salvado a vida, segundo os especialistas, de 95.000 pessoas.

Como se isso não fosse suficiente, neste mês assistimos a um show de horrores relacionado à condução do Ministério de Meio Ambiente, onde seu ministro aparece envolvido em escândalos internacionais, patrocinando e facilitando massivo contrabando de madeira amazônica. Além disso, vimos aumentadas, por absoluta falta de controle e descaso, as agressões violentas a comunidades indígenas por grileiros e garimpeiros.

Nas cidades, a violência policial continuou a imperar, sendo que o destaque triste deste mês foi a chacina na favela do Jacarezinho, na cidade do Rio de Janeiro, quando 28 moradores desta comunidade foram mortos por policiais. Alguns dos presos ouvidos pela justiça em audiências de custódia revelarem que foram agredidos pelos policiais com fuzis e chutes na cabeça, na cara, e obrigados a carregar os corpos dos que aí foram fuzilados. Na esteira do escândalo que essa ação causou não só em nível nacional, mas também na imprensa internacional, a polícia civil do Rio comunicou que todos os dados referentes à “ação” no Jacarezinho estão sob sigilo obrigatório por 5 anos!

Com tudo isso acontecendo em menos de 30 dias, foi sem surpresa que se viu também anunciada a cifra oficial do desemprego no país no fim do primeiro trimestre – 14,7%, ou seja, passamos a contar oficialmente com 14,8 milhões de pessoas desesperadas sem perspectiva de emprego e aumentando o nível de pobreza do país.
Esta situação levou finalmente à uma mobilização popular no último dia 29 quando, superando o medo do contágio do coronavírus, a população se mobilizou em mais de 80 cidades pedindo mais vacinas, a volta do auxílio emergencial e, principalmente, uma nova condução para o país.

Nós, os integrantes e conselheiros do Núcleo Memoria, estaremos sempre ao lado desta população empobrecida, massacrada e indignada, contribuindo com nosso esforço para valorizar cada vez mais os princípios da Memória, Verdade e Justiça em todas as nossas atividades e com vocês, associados e amig@s, ao nosso lado. Neste Boletim, vocês terão uma amostra das atividades que realizamos no último mês e, podem ter certeza, que continuaremos defendendo os valores da Democracia, do combate à desigualdade social e do fim às violências e violações aos Direitos Humanos.

Boa Leitura!

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Sábado Resistente - Direitos Humanos em Foco - “Vitória da Classe Trabalhadora: A longa luta operária na VW Brasil”
 

No dia 22 de maio foi realizada mais uma edição do Sábado Resistente, uma parceria entre o Núcleo de Preservação da Memória Política e o Memorial da Resistência de São Paulo. Dando sequência a temática estipulada para este ano, Direitos Humanos em Foco, o subtema escolhido para ser debatido virtualmente foi Vitória da Classe Trabalhadora: a longa luta operária na VW Brasil. Como maio é tradicionalmente considerado o mês das lutas operárias, a ideia deste SR foi debater o papel que algumas empresas tiveram no apoio ativo à ditadura civil-militar no Brasil e como a classe trabalhadora resistiu.

Para conferir o evento na íntegra, clique neste link:https://youtu.be/QlWsrK6-yfg
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Confira a programação do primeiro semestre em nosso site.

 

 

Conhecendo os Lugares de Memória

No dia 27 de maio, das 20h às 22h, apresentamos a terceira instituição da temporada 2021, no âmbito do projeto Ciclo de Lives Conhecendo Lugares de Memória – o Museu da Imigração do Estado de São Paulo – MI, sediado na antiga Hospedaria do Brás, na Rua Visconde de Parnaíba, no 1.316, no bairro da Mooca, em São Paulo.
O evento pode ser conferido na íntegra através do seguinte endereço:
https://youtu.be/QSl14hQAaUQ

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Tutaméia- Conversa sobre o filme “Codinome Clemente”

No dia 11 de maio o canal jornalístico Tutaméia, realizou um debate sobre o documentário que conta a trajetória do guerrilheiro Carlos Eugênio Paz intitulado “Codinome Clemente”. Participaram desta conversa Isa Albuquerque, diretora do filme, Maria Claudia Badan Ribeiro, historiadora e viúva de Carlos Eugênio, e Maurice Politi, diretor do Núcleo Memória.
A conversa pode ser conferida no canal do Tutaméia no Youtube neste link: https://youtu.be/KkILM4Jh-wk

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Coleta de Testemunho – GT DOI-Codi

A primeira entrevista da Coleta de Testemunhos do GT DOI-Codi foi realizada no dia 20 de maio com Ivan Seixas, jornalista, ex-preso político e fundador do Núcleo Memória. O registro irá compor o acervo de um futuro memorial a ser constituído nas dependências do antigo DOI-Codi, localizado na Rua Tutóia, em São Paulo. Participaram da entrevista Deborah Neves, coordenadora do GT e historiadora da UPPH, César Rodrigues, historiador do Núcleo Memória, Fernanda Luiza, doutoranda da Unicamp, Carol Murta, pós doutoranda na UFMG e outros cinco estagiários do Condephaat.

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Encontro Internacional GIJTR – O Legado das Comissões da Verdade

O Núcleo Memória participou nos dias 20 e 21 de maio do Encontro Internacional promovido por Global Initiative for Justice, Truth & Reconciliation (GIJTR) que teve por objetivo discutir o legado das Comissões da Verdade na África e América Latina. O evento contou com a participação de sítios de memória da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, El Salvador, Guatemala, Paraguai, Peru, África do Sul e Serra Leoa. O diretor do Núcleo Memória, Maurice Politi, participou do encontro.

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Participação do NM no debate “Memória, Ditadura, Espaço e Palavra”

O Núcleo Memória participou, através de seu diretor Maurice Politi, do debate “Memória, Ditadura, Espaço e Palavra”. O evento, realizado no dia 30 de abril, teve como pano de fundo o espetáculo audiovisual O Plantio das Palavras, com texto e direção de Denizart Fazio. Criada com recursos do ProAC Expresso Lab – Aldir Blanc, a peça-filme tem como base a discussão sobre mulheres que dedicaram suas vidas na luta contra a ditadura civil-militar brasileira e se passa em dois momentos distintos: em 1964 e 2021.

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