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NÚCLEO MEMÓRIA

Direitos humanos |   Anivaldo Padilha, integrante do Conselho de Administração do Núcleo Memória, recebe o Prêmio de Direito à Memória e à Verdade Alceri Maria Gomes da Silva.

É com muita satisfação que anunciamos a   outorga do Prêmio de Direito à Memória e à Verdade “Alceri Maria Gomes   da Silva”, deste de 2020, ao nosso conselheiro Anivaldo Pereira Padilha.   Este prêmio é concedido anualmente pela Secretaria Municipal de   Direitos Humanos e Cidadania – SMDHC na semana em que se comemora o   aniversário da promulgação da Declaração Universal de Direitos Humanos,   estabelecido internacionalmente pelas Nações Unidas desde 1948.

 

O   prêmio, criado pela Prefeitura em 2016, leva o nome da operária   metalúrgica e militante política Alceri Maria Gomes da Silva que, com a   idade de 27 anos, foi assassinada em 17 de maio de 1970 pela ditadura   civil-militar. Ele visa homenagear pessoas físicas ou jurídicas que   atuam na preservação da memória e na busca pela verdade sobre as   violações aos direitos humanos cometidas durante o período da ditadura   militar.

 

Anivaldo Padilha, que   nasceu na cidade de São Pedro da União (MG) em 1940, foi militante desde   a sua juventude na Ação Popular, uma organização que surgiu no Brasil a   partir das mobilizações da Juventude Católica (JEC e JUC). No ano de   1970, ele foi preso pelas forças repressivas da Operação Bandeirantes,   tendo permanecido por mais de um ano em vários presídios paulistas. Como   vários militantes políticos da época, Anivaldo saiu do país para o   exílio, morando em vários países da América Latina, Europa e nos Estados   Unidos. Em todos os lugares onde viveu como exilado, trabalhou   incessantemente na organização de apoios externos à militância que   atuava na resistência ao regime no Brasil, assim como nas denúncias   contra a ditadura.   

 

De volta ao   Brasil após a decretação da Lei de Anistia, Anivaldo seguiu na atuação   militante em prol da defesa dos Direitos Humanos, sendo membro ativo da   organização KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço, sediada no Rio de   Janeiro e atuando como assessor da Comissão Nacional da Verdade entre os   anos 2012 a 2014. É membro do Comitê Paulista pela Memória, Verdade e   Justiça e membro do Conselho de Administração do Núcleo Memória, onde   participa ativamente das visitas mediadas que fazemos habitualmente ao   prédio do ex DOI-Codi (foto). Anivaldo também participa regularmente das   Rodas de Conversa com estudantes no Memorial da Resistência.

 

A   cerimônia virtual de entrega do prêmio será no dia 11 de dezembro, a   partir das 15 horas, pelos canais da SMDHC. Na ocasião, também serão   conferidas duas menções honrosas: a primeira à Maria Auxiliadora da Cunha Arantes (Dodora),   psicanalista, ex-presa política e ex-conselheira do Núcleo Memória, e   que trabalhou na Secretaria Especial dos Diretos Humanos nos anos de   2009 a 2012 na coordenação de combate à tortura. Dodora (foto anexa) é   atualmente diretora do Instituto  Sedes Sapientiae. A segunda menção   honrosa será conferida à organização não governamental Central Única das Favelas, a Cufa.

O Núcleo Memória cumprimenta calorosamente Anivaldo, Dodora e Cufa pelo prêmio merecidamente recebido.


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