Memória em Ação
outubro/23

EDITORIAL

O mês de outubro foi repleto de paradigmas para aqueles que, assim como o Núcleo, lutam pelos direitos humanos em todo mundo. A começar pela guerra entre Hamas e Israel que, em decorrência de um conflito que se arrasta há décadas, ganhou grande repercussão por conta da escalada de violência. Segundo a imprensa, as mortes no conflito chegam a 9,7 mil: 8,3 mil palestinos e 1,4 mil israelenses. O Brasil assumiu importante lugar na mediação do conflito, ainda que tenha tido sua resolução vetada pelos Estados Unidos, que mais uma vez tenta assumir protagonismo da situação e lucrar politicamente e economicamente com a instabilidade da região.

Fazendo coro às entidades de direitos humanos, o Núcleo Memória pede: Cessar-fogo já!

Ainda que em menor escala, a violência também pautou o mês de outubro no Brasil. Traçando um breve panorama que nos ajudará com a reflexão traremos três notícias:

Logo no início do mês, três médicos foram assassinados por milicianos na região da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf de Souza Bomfim, que era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP),  morreram no local.  Também em outubro, pelo menos 35 ônibus foram incendiados na zona oeste do Rio de Janeiro depois de uma operação policial que resultou na morte do sobrinho de um miliciano que atuava na região. Outro caso emblemático foi o das 21 metralhadoras furtadas do Exército em Barueri, na Grande São Paulo. As armas, capazes de derrubar veículos aéreos como helicópteros, saíram do quartel do exército para serem vendidas para o tráfico. Boa parte delas já foram recuperadas.

Essas notícias nos levam a refletir sobre o estado das coisas no Brasil: uma trama complexa em que Forças Armadas e crime organizado parecem cada vez mais imbricados. Também nos diz muito sobre a total falência da segurança pública nacional que, desde o fim da ditadura civil-militar até a criação das UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), tem apoiado a presença dos militares nas tomadas de decisões políticas e na segurança dos grandes centros urbanos. E é claro, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro serviu como catalisador da situação e foi agente da retomada desse processo.

Sendo assim, o Núcleo Memória abre esse boletim reiterando nossa luta pela desmilitarização da sociedade brasileira e pelo fortalecimento de uma educação cidadã, pela paz, democracia e pelos direitos humanos.

Também gostaríamos de ressaltar a enorme perda de Idibal Pivetta/César Vieira para o país. O Núcleo Memória se solidariza com familiares e amigos do grande Idibal Pivetta, que certamente saberão fazer jus ao legado de lutas deste ser humano imprescindível. Nossa nota completa está disponível no site.

Desta maneira, o mês foi recheado de atividades que caminham nesse sentido. A começar pelo curso Lugares de Memória e Direitos Humanos no Brasil 2023, que pautou questões como a democracia brasileira, os lugares de memória e a luta pela memória política do nosso país. Também fizeram parte das atividades deste mês a visita mensal ao DOI-Codi, nosso Sábado Resistente e mais!

Boa leitura a todos e todas!


ATIVIDADES EDUCATIVO CULTURAIS

Curso Lugares de Memória e Direitos Humanos no Brasil chega em sua reta final

 

No dia 06 de outubro, realizamos nosso quarto encontro do Curso Lugares de Memória e Direitos Humanos no Brasil 2023, no prédio do Centro Universitário Maria Antônia da USP, no qual a professora Deborah Neves apresentou a aula “Os conceitos de lugares de memória e as experiências brasileiras”. Leia mais…

Já no dia 20 de outubro, foi realizado o quinto encontro do Curso Lugares de Memória e Direitos Humanos no Brasil, no prédio do Centro Universitário Maria Antônia da USP, no qual tivemos a chance de conversar com a professora Julia Gumieri dissertando sobre o tema Os conceitos de lugares de memória e as experiências brasileiras e, em seguida, com o professor Flávio Bastos apresentando sua aula Experiências internacionais de lugares de memória. Leia mais…

O sexto encontro do curso Lugares de Memória e Direitos Humanos no Brasil foi realizado no dia 27 de outubro e contou com a participação de duas pessoas muito importantes para as lutas por memória, verdade e justiça no país: Rita Sipahi e Paulo Vannuchi. Leia mais…

 

Núcleo Memória realiza Visita ao DOI-Codi junto com lançamento de livro do ex-preso político Emílio Ivo Ulrich

 

No dia 18 de outubro foi realizada a visita mensal organizada pelo Núcleo Memória ao antigo prédio do DOI-Codi. Com a presença de 26 alunos e alunas da EMEF Heraldo Barbuy, de Sapopemba, Zona Leste, e mais 16 visitantes inscritos no programa de visitas mediadas. Na ocasião, o ex-preso político Emílio Ivo Ulrich lançou seu livro Tortura Não Tem Fim, que narra as agonias da experiência do sequestro, tortura e prisão no período da ditadura civil militar.

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NÚCLEO MEMÓRIA PARTICIPA

Sábado Resistente de Outubro homenageia Gildo Lacerda Macedo

 

Em uma duradoura parceria com o Memorial da Resistência, foi realizado no dia 28 de outubro mais uma edição do Sábado Resistente. Esse encontro foi organizado em torno do tema Crime na Ditadura: 50 anos sem corpo e sem verdades - Gildo Macedo Lacerda, Presente!  Participaram da mesa de debate Mariluce Moura, companheira de Gildo; Tessa Moura Lacerda, sua filha; e seus companheiros Nilmário Miranda, da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e na Comissão de Anistia; e Lian Andrade, jornalista.

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Clique aqui para assistir a homenagem completa.

MEMORIAL DA LUTA PELA JUSTIÇA

Memorial da Luta Pela Justiça Avança com Pesquisas e Colaboração Acadêmica

 

O Memorial da Luta Pela Justiça, um projeto dedicado a preservar e divulgar a história das lutas por justiça e direitos humanos no Brasil, está avançando em suas pesquisas e na preparação de uma exposição de longa duração. Recentemente, o memorial realizou importantes reuniões com os renomados assessores Prof. Dr. Marcos Napolitano e Profa. Dra. Maria Cristina Bruno, ambos da Universidade de São Paulo (USP).

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Núcleo Memória anuncia colaboradora para projetos e captação

 

É com felicidade que o Núcleo de Preservação de Memória anuncia uma importante adição ao seu time de colaboradores. Wendy Villalobos será responsável pelas estratégias e ações de captação de recursos, tendo como objetivo contribuir para a sustentabilidade da organização.

Wendy Villalobos é mestra em Estudos Culturais (USP) e especialista em Cooperação Internacional e Gestão de Projetos (Instituto Universitario Ortega y Gasset, Espanha). Formada em Artes Cênicas (PUC-SP/TUCA) e Relações Internacionais (Belas Artes), foi Coordenadora de Projetos e de Relações Internacionais de diferentes organizações e redes que atuam nas áreas de educação, cultura e migrações, como Cidade Escola Aprendiz; Rede Sem Fronteiras e Centro de Apoio ao Migrante (CAMI). Desde 2021 atua como pesquisadora no Amabile – Arquivo da Memória Artística Brasileira e no Centro de Memória Urbana (CMurb).

PRÓXIMAS ATIVIDADES
 

Sábado Resistente: Mulheres na Resistência: violência de gênero no passado e no presente
11/11, 14h
Local: Memorial da Resistência

Programa de Visita Mediada ao antigo DOI-Codi/SP
22/11, 14h
Local: Rua Tutóia, 921

Sábado Resistente: Direitos Humanos: um ano do novo governo
09/12, 14h
Local: Memorial da Resistência

Programa de Visita Mediada ao antigo DOI-Codi/SP
16/12, 10h
Local: Rua Tutóia, 921

 
 
 
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