setembro/2021

 

EDITORIAL

Estamos de volta depois de um mês de interrupção, pelo qual pedimos desculpas aos nossos amig@s e associad@s. O acúmulo de acontecimentos sociais e políticos no país, entre os meses de agosto e setembro, nos levou a querer ter uma reflexão mais global antes de voltarmos aos nossos comentários mensais.
Priorizando a vida e a saúde neste tempo de pandemia, não podemos iniciar estas reflexões sem homenagear as quase 600.000 pessoas que foram vítimas da COVID 19 durante os últimos 18 meses no país, colocando-nos ao lado dos parentes e amigos das vítimas que, há muito, sabemos foram o resultado de um completo descaso e negligência homicida. As últimas revelações durante as longas sessões da CPI da COVID somente nos reafirmam o que vínhamos dizendo em nossos boletins desde o início da pandemia: à absoluta falta de empatia das autoridades se somou à uma intenção deliberada de privilegiar a economia sobre a saúde, assim como de promover negociatas corruptas na aquisição das vacinas.
O mais triste, no entanto, é que nem a saúde foi objeto prioritário das autoridades federais e nem a economia conseguiu avançar. Ao contrário, hoje com uma inflação quase 5 pontos a mais do que a prevista para este ano e já beirando os dois dígitos, vemos uma situação em que os preços dos itens básicos necessários para a alimentação diária atingem níveis estratosféricos, tendo como resultado um aumento da pobreza inédita no país. Cenas de concidadãos se aglomerando para conseguir pedaços de ossos de carnes para complementar a alimentação de suas famílias tem se tornado, infelizmente, comum. De acordo com as últimas estatísticas da FGV,  verificou-se que o número de pobres saltou de 9,5 milhões em agosto de 2020 para mais de 27 milhões em fevereiro de 2021.
Se isso não bastasse, os acontecimentos no campo da política com a “ópera bufa” encenada nas ruas de várias das cidades brasileiras no último dia 7 de setembro foi claramente uma tentativa golpista,  que só não foi adiante em virtude das reações das outras instituições da República que, corajosamente, reagiram a esta ameaça e obrigaram a um recuo tático por parte do Presidente e seus correligionários. Recuo este que, claramente, vislumbramos como momentâneo e para o qual todos temos que estar atentos.
No entanto, como foi amplamente divulgado na imprensa e nos meios de comunicação, estes episódios, somados às reações aos escândalos de corrupção revelados na CPI, levaram a uma queda acentuada nos índices de popularidade do Presidente.
Como reação à esta baixa  de popularidade, deu-se início à ampla campanha publicitária “comemorando” os 1000 dias de governo, com uma série de filmetes nos horários nobres dos canais de TV, aliado às várias viagens  de autoridades pelo país, fazendo alarde de uma situação econômica que não é realmente a que sentimos no nosso dia-a-dia.
Uma nota digna de menção que queremos enfatizar neste boletim é a recente publicação da organização ANISTIA INTERNACIONAL, intitulada “1000 dias sem direitos – As violações do governo Bolsonaro”, onde estão catalogadas 32 situações que levaram a violações de direitos humanos desde a posse do Presidente, em 2108. O relatório, que pode ser lido na íntegra no website da entidade ou no nosso site mostra-nos bem todos os retrocessos havidos na área de Direitos Humanos no país, fato este que foi também recentemente denunciado no âmbito do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
Finalmente, gostaríamos também de destacar a importância que teve para a promoção da Memória, Verdade e Justiça a audiência de conciliação realizada no ex DOI-Codi, em São Paulo, no último dia 9 de setembro. Todos os detalhes desta audiência e mais as atividades empreendidas nos últimos dois meses, assim como as que estão sendo programadas para acontecer em outubro (tal como o nosso curso anual de “Lugares de Memória e Direitos Humanos no Brasil”) podem ser lidas neste Boletim e no nosso website.
Agradecemos a atenção e boa leitura!

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Sábado Resistente | A questão migratória e o fenômeno da xenofobia
 

Em mais uma edição do Sábado Resistente, atividade que envolve a parceria entre o Núcleo de Preservação da Memória Política e o Memorial da Resistência de São Paulo, foi debatido um tema muito caro e presente nas sociedades do mundo inteiro: a questão migratória e o fenômeno da xenofobia.

Para conferir o evento na íntegra, clique aqui

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Consulta Pública - Memorial da Luta pela Justiça

Nos dias 10 e 24 de agosto, o Núcleo Memória e a OAB/SP realizaram uma consulta pública sobre o andamento dos trabalhos no Memorial da Luta pela Justiça (MLPJ). O encontro realizado virtualmente iniciou com a exibição do documentário feito pelo cineasta Camilo Tavares, seguido da apresentação do projeto museológico. Logo após, o diálogo foi aberto e todos os participantes puderam contribuir com opiniões e sugestões.

O Memorial da Luta pela Justiça ocupa a antiga sede das Auditorias Militares em São Paulo, sendo uma instituição voltada à preservação da memória sobre as lutas pela justiça, cidadania e democracia.

Assista aqui ao documentário Memorial da Luta pela Justiça, de Camilo Tavares

 

 

Participação no Curso Intensivo Educação em Direitos Humanos - MRSP

 

O professor Oswaldo de Oliveira Santos Jr, diretor do Núcleo Memória, participou de mais uma edição do curso anual promovido pelo Memorial da Resistência de São Paulo: Educação em Direitos Humanos - Memória e Cidadania. Sua aula, intitulada “O que são os Direitos Humanos” aconteceu no dia 21 de agosto.

 

 

Conversa no Programa de Pós-graduação da UFBA

No dia 31 de agosto, a museóloga Katia Felipini que também é Diretora de Museologia e Ações Educativas e Culturais do Núcleo Memória, participou do componente Patrimônio e Poder do Programa de Pós-graduação em Museologia da Universidade Federal da Bahia, ministrado pelos professores Marcelo Nascimento Bernardo da Cunha e Joseania Miranda Freitas. Katia Felipini, que fez o bacharelado em Museologia naquela Universidade, foi convidada para falar sobre os processos de implantação do Memorial da Resistência de São Paulo e do Memorial da Luta pela Justiça.

 

 
 

 

Ação Civil Pública do DOI-Codi em São Paulo

 

No dia 9 de setembro, o Juiz Dr. José Eduardo Cordeiro Rocha aceitou o ingresso do Núcleo de Preservação da Memória Política como litisconsorte ativo na Ação Civil Pública de número 1034665-31.2021.8.26.0053, ajuizada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo em face da Fazenda Pública Estadual (SP).

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Sábado Resistente | Moradia, Direito à Cidade e Territorialidade

 

O sétimo Sábado Resistente deste ano discutiu o tema “Moradia, direito à cidade e territorialidade”. Tendo como tema gerador “Direitos Humanos em Foco”, o Núcleo de Preservação da Memória Política e o Memorial da Resistência de São Paulo objetivam refletir a universalidade, indivisibilidade, a interdependência dos Direitos Humanos e as contínuas lutas por cidadania.

Para conferir o evento na íntegra clique aqui.

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Seminário PUC RJ - Debates sobre Memória, Verdade e Justiça

 

No dia 15 de setembro, Maurice Politi participou de um debate organizado pelo Departamento de Direito da PUC Rio. Em sua fala, o diretor administrativo do Núcleo Memória refletiu sobre a experiência e o papel ativista que a entidade tem na condução e definição de lugares de memória.

A conversa pode ser conferida neste link.

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Roda de Conversa - Colégio Fernão Dias

No dia 23 de setembro, Maurice Politi foi convidado para uma roda de conversa com uma turma de alunas/os do ensino médio do Colégio Fernão Dias, em Osasco.

 

I Encontro Internacional de Museus de Memória e Direitos Humanos

 

Entre os dias 29 e 30 de setembro, foi realizado o I Encontro Internacional de Museus de Memória e Direitos Humanos. Organizado no âmbito das comemorações dos 10 anos de fundação do Museo de la Memoria y los Derechos Humanos de Chile, o evento buscou estimular a reflexão crítica e valorizar a coordenação de iniciativas colaborativas em torno do trabalho dos museus de memória e seus desafios atuais.
O Núcleo de Preservação da Memória Política participou do evento no dia 29 de setembro. Maurice Politi, diretor administrativo do NM representou a entidade na Mesa de Diálogo 3: O papel dos museus e locais de memória na luta contra o negacionismo e a repetição.

A mesa pode ser conferida neste link (a partir de 5:42:00):

 

Oficina: Educação em Museu de Memória e Direitos Humanos

 

Ainda neste Encontro Internacional, foi realizada a Oficina: Educação em Museus de Memória e Direitos Humanos, tendo como objetivos a troca de experiências educacionais internacionais e a criação coletiva de um manifesto sobre o papel educacional dos museus de memória e direitos humanos. O historiador e membro do Núcleo Memória, César Rodrigues, participou da oficina.

 

 

 
 
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