EDITORIAL
No apagar das luzes de um ano que foi fundamentalmente um período ainda marcado pela pandemia e pelo aumento da desigualdade social no país, do aumento da inflação e dos indicadores da fome e insegurança alimentar, queremos em primeiro lugar desejar a todos os nossos leitores, amigos e amigas do Núcleo Memória que 2022 seja, para cada um de vocês, um ano de saúde, felicidades e de contínua luta e resistência.
Neste ano que termina, vimos uma radicalização nas investidas antidemocráticas e negacionistas do governo Bolsonaro, o que nos obrigou a seguir sem esmorecer nas lutas em defesa dos Direitos Humanos, da Memória, Verdade e Justiça. Através de nossas ações e atividades educativas e culturais durante o ano, a equipe do Núcleo Memória continuou contribuindo para que os valores e princípios democráticos seguissem merecendo da sociedade uma atenção especial.
Através de nossos boletins mensais, alertamos para a continuidade das manifestações anti-ciência e o descaso do governo federal para com a expansão da COVID 19, levando a tristeza e o luto a mais de 619.000 famílias até a data de hoje. Apesar desta onda provocada por Fake News e mentiras contra as vacinas, vimos com orgulho que o povo brasileiro se negou a ouvir tal disparate e, hoje, o Brasil é um dos países com a maior cobertura vacinal no mundo.
Com o nosso curso anual “Lugares de Memória e Direitos Humanos”, as lives e a continuidade, mesmo em formato virtual, dos nossos Sábados Resistentes em parceria com o Memorial da Resistência, continuamos nossa missão de orientar e ajudar na formação das novas gerações. Somos muito gratos a todos/as os professores e professoras da rede pública e privada de ensino que, continuamente, têm o Núcleo Memória como parceiro essencial nesta tarefa.
Muitas novas tarefas nos esperam em 2022, sabendo de antemão que este ano será um ano onde basicamente dois modelos e duas narrativas estarão em permanente confronto. De um lado, a continuidade dos discursos antidemocráticos, o acirramento da violência e o agravamento da grave crise econômica e social, resultando no aumento da desigualdade, da fome e da miséria; por outro lado, a perspectiva concreta de vermos este tempo sombrio passado para trás, com uma frente política que buscará forçosamente o caminho da democracia e dos Direitos Humanos.
Desejamos, portanto, que 2022 seja para o Brasil o ano da reconquista democrática e o fim dos contínuos retrocessos que estamos vendo desde o ano de 2016. E convidamos a todos/as a nos acompanharem nesta Resistência, de forma reativa e propositiva.
Boa Leitura a vocês e boas férias a todos/as!
Retornaremos em fevereiro.
Um abraço da Equipe do Núcleo Memoria
A última edição do Sábado Resistente do ano de 2021 foi realizada no mês de dezembro. Promovida pelo Núcleo de Preservação da Memória Política e pelo Memorial da Resistência de São Paulo, a atividade trouxe mais um debate em torno do tema deste ano, “Direitos Humanos em Foco”, que discute a universalidade, a indivisibilidade, a interdependência dos direitos humanos e das lutas por cidadania. Nesta décima edição, discutiu-se o tema “Violência urbana: territórios em conflito”.
Para conferir o evento na íntegra, clique aqui
Reunião LUME Paraná
No dia 1° de dezembro, o Núcleo Memória participou, através de seu diretor Maurice Politi, do evento virtual organizado pelo Comitê Estadual Memória, Verdade e Justiça do Estado de Paraná (CEMVJ/PR) para dar início às atividades do novo centro de memória denominado LUME - Lugar de Memória.
A palestrante principal, convidada para este evento, foi Samantha Quadrat, professora de História da Universidade Federal Fluminense, sendo sua fala complementada com a experiência do Núcleo Memória na assessoria a outros grupos e movimentos sociais do país na luta pela criação de novos lugares de memória.
O evento teve o apoio do Departamento de Promoção e Defesa dos Direitos Fundamentais e Cidadania da Secretaria de Justiça, Família e Trabalho do Estado do Paraná.
Ato Solene na ALESP: Um Memorial pela Democracia
Realizado quinta-feira, 02/12, no Auditório Teotônio Vilela na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o Ato Solene “Um Memorial pela Democracia – Transformar o antigo DOI-Codi em um Centro de Memória e Memorial às Vítimas da Ditadura Militar”.
O Ato foi organizado pelo Deputado Estadual Emídio de Souza, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALESP.
70 anos do Colégio Isaltino de Mello
No dia 3 de dezembro, Maurice Politi participou como convidado dos festejos comemorativos dos 70 anos do Colégio Isaltino de Mello, na zona sul de São Paulo.
Neste dia, foi organizada uma Roda de Conversa com alunos e professores sobre o período da ditadura militar no Brasil, seus reflexos na juventude da época e as formas de resistência ocorridas.
A conversa teve uma participação ativa dos jovens estudantes que organizaram, por iniciativa própria, eventos específicos para lembrar o período.
Terminada a conversa com várias perguntas dos alunos e alunas, uma mini manifestação foi encenada na sala de aula com a associação entre o passado e o presente. Um relato testemunhal de uma sobrevivente foi lido por uma aluna e o evento se encerrou com uma poesia slam de uma aluna louvando a resistência.
Dia Internacional dos Direitos Humanos com entrega de prêmios
Na cerimônia realizada na noite do dia 10 de dezembro, no MuBe – Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia, foram entregues os prêmios Alceri Gomes, de Memória e Verdade e Dom Paulo Evaristo Arns.
XIV Encontro Anual da RESLAC
Foi realizado nos dias 14 e 15 de dezembro, o XIV Encontro Anual da Rede de Lugares de Memória da América Latina e Caribe - RESLAC. O evento, que foi realizado virtualmente devido à pandemia do Covid-19, contou com a participação de representantes dos seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, El Salvador, Guatemala, Haiti, México, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.
Nos dois dias de trabalho, foram discutidas a revisão do Plano Estratégico (2018-2022), bem como as atividades realizadas pela Rede no ano de 2021 e as previstas para o ano de 2022.
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