janeiro/fevereiro/2021

 

EDITORIAL

Os dois primeiros meses deste ano viram o país atingir a marca de mais de 10 milhões de brasileiros e brasileiras contaminados pelo vírus do COVID-19 e a triste cifra de mais de 250.000 mortos durante a pandemia, que já comemora o seu primeiro aniversário. Enquanto outros países, graças às providências de vacinação em massa, veem os números de pessoas internadas cair a taxas vertiginosamente baixas se comparados com os meses de julho e agosto de 2020, aqui no Brasil em nenhum momento a epidemia esteve tão grave como agora, com o crescimento incessante de internações e mortes e a disseminação de variantes virais, provavelmente mais transmissíveis e talvez causando doença mais grave.

É voz corrente entre a população mais consciente desta catástrofe iminente que a inação do Governo Federal no combate ao vírus beira à criminalidade. Com espanto vemos repetirem-se a diário improvisações logísticas, reiteradas ondas negacionistas que levam a fazer pouco caso das únicas medidas que podem ajudar na contenção do vírus e principalmente a falta de um plano coerente de imunização, única solução para um dia vermos superada esta situação sanitária que mata, há mais de 35 dias, mais de 1.100 brasileiros e brasileiras em média por dia.

No campo da política nacional, vimos com preocupação que estes dois primeiros meses do ano anunciaram o agravamento das condições econômicas da população mais vulnerável devido à suspensão do auxílio chamado emergencial distribuído durante o segundo semestre de 2020, e ao desemprego crescente, que ultrapassou a marca de 14 milhões de pessoas.  Estes dados revelam que no Brasil o atual índice de pobreza atinge 52 milhões de brasileiros, enquanto o índice de extrema pobreza (pessoas vivendo com menos de 151 reais por mês) somam 14 milhões. Cifras aterradoras refletindo o crescimento da desigualdade social no país, onde 10% da população mais rica ficaram no ano de 2019 com quase 44% dos rendimentos dos outros 90% da população. Interessante ver que em 2020, no ranking internacional da desigualdade, o Brasil ocupa a posição 156, abaixo de Botsuana, na África, Colômbia e México.

Lutar então contra esta desigualdade torna-se missão ímpar de todos aqueles que prezam a convivência social, o respeito, tolerância e a equidade na sociedade. O Núcleo Memória, nesta senda, tem tratado de desenhar programas e projetos que, além da defesa intransigente da Memória e Verdade, visa trazer este debate para a sociedade. Nos últimos dois meses, a equipe se dedicou à elaboração de um planejamento estratégico para os próximos 3 anos, que esperamos colocar em prática de forma que nossas ações reflitam estes valores democráticos que nos movem.

Ademais de um evento em homenagem aos 50 anos do desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva que foi realizado em Janeiro, lembramos com uma singela homenagem, nas nossa redes sociais e website, o primeiro ano do falecimento do companheiro Raphael Martinelli, fundador e conselheiro do Núcleo Memoria, cujo exemplo de vida é um símbolo de resistência. E aproveitamos também este tempo de reflexão para tratar de elaborar a programação de nossas atividades regulares que começam em março.

Mais detalhes a respeito das nossas próximas atividades podem ser lidos neste Boletim.

Boa leitura!


 

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Live em Memória aos 50 anos do assassinato de Rubens Paiva

 

No dia 20 de janeiro, data que marcou os 50 anos da prisão e assassinato de Rubens Paiva, o Núcleo Memória, em parceria com o Instituto Vladmir Herzog e a Comissão ARNS de Defesa dos Direitos Humanos, realizou um evento virtual em sua memória, contando com a participação de familiares e personalidades que conviveram ou conheceram o engenheiro e deputado federal.

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Núcleo Memória ingressa como “amicus curiae” em ação popular

No início de fevereiro, o Núcleo Memória e outras entidades aderiram como “amicus-curiae” (amigos da causa) em ação popular movida pela deputada federal Natália Bastos Bonavides (PT-RN), frente à publicação da denominada “Ordem do Dia Alusiva ao 31 de Março de 1964” no portal eletrônico do Ministério da Defesa em 31/3/2020.

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Retorno do ciclo de lives “Conhecendo os Lugares de Memória”

O ciclo de lives “Conhecendo os Lugares de Memória” procura apresentar e ampliar a visibilidade de projetos e iniciativas de entidades e grupos organizados em torno da preservação e instituição de Lugares de Memória em todo território nacional, por meio de transmissões ao vivo (lives) em nossas redes sociais. Iniciado em 2020 já no contexto de pandemia, com apoio da Rede Brasileira de Lugares de Memória (REBRALUME), retomaremos as realizações das lives a partir de 18 de março, quando será apresentado o Memorial da Luta pela Justiça/SP. Confira a programação do primeiro semestre em nosso site:

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Sábado Resistente

Um dos projetos mais reconhecidos no campo das ações culturais-educativas em Direitos Humanos da cidade de São Paulo, os Sábados Resistentes realizados pelo NM em parceria com o Memorial da Resistência retornarão ainda em formato virtual a partir de março. A proposta para os Sábados Resistentes do ano 2021 “Direitos Humanos em Foco” consiste em um conjunto de ações a partir de um tema gerador: a indivisibilidade, universalidade e interdependência dos Direitos Humanos, trabalhando com diferentes temas e questões que envolvem a discussão contemporânea sobre a cidadania e os direitos humanos à luz dos documentos internacionais e das lutas de movimentos sociais, coletivos e outras organizações da sociedade civil.

Confira nossa programação de 2021

 

 

Audiência Pública

 

O Núcleo de Preservação da Memória Política e a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional São Paulo – OAB/SP convidam para Audiência Pública a ser realizada no dia 30 de março de 2021. O evento tem como objetivo ampliar o debate com vistas à implantação do Plano Museológico do Memorial da Luta pela Justiça, por meio da participação de profissionais de Museologia, especialistas, pesquisadores e demais pessoas de instituições e organizações da sociedade civil interessados no tema. Em razão do atual cenário de pandemia, a Audiência será realizada em formato virtual e os interessados deverão se inscrever pelo link.

 

 

Ato de lançamento da campanha #ReinterpretaSTF

 

Mantendo a tradição de marcar anualmente com um ato público o dia em que se rememora o Golpe de 1964, este ano através de um ato virtual, o Núcleo Memória em parceria com o Movimento Vozes do Silêncio, o Instituto Vladimir Herzog e outras entidades de defesa dos princípios da Memória, Verdade e Justiça de todo o país, realizarão o lançamento de uma campanha que visa pressionar o STF para que paute a reinterpretação da Lei de Anistia. O evento acontecerá no dia 31/03/2021, com uma live em que será lido o manifesto “Reinterpreta STF”, que contará com convidados de organizações do país que lutam por Memória, Verdade e Justiça, além de intervenções artísticas. Está programado para o mesmo dia ações regionalizadas em locais símbolos da luta contra a ditadura civil-militar.

Para acompanhar nossas atividades e receber sempre nossa programação, visite nosso site.

 

 
 
 
Núcleo Memória • Av. Brigadeiro Luis Antonio 2.050 • Bloco B cjto 141 • São Paulo, SP • (+55) (11) 2306-4801
 
 
www.nucleomemoria.com.br